6 Passos para a escolha do EPI

O EPI é como se fosse uma barreira entre o risco e o trabalhador. Se você estivesse no meio de um tiroteio poderíamos dizer que as balas são os riscos, e o colete à prova de balas é o seu EPI!

Um colete que para balas calibre 38, teria pouca serventia num tiroteio onde os atiradores utilizam munição de calibre 12. Isso quer dizer que a barreira só funciona adequadamente se for bem dimensionada, por isso é preciso acertar na escolha da barreira, ou seja, do equipamento.

Leia a seguir:

Qual é a melhor escolha para EPIs

Escolher o equipamento de proteção individual adequado ao risco parece ser uma tarefa fácil, mas nem sempre é.
Nesse artigo te mostraremos seis passos para correta escolha do EPI.

Quando a empresa erra na escolha do EPI, isso compromete o funcionamento da tal barreira de proteção. O erro na escolha pode fazer também com que o trabalhador tenha mais dificuldade no uso do equipamento.

A NR 6 é a aborda os EPIs, mas ela não ajuda muito na escolha do EPI adequado. Então fique ligado nos 6 passos:

6 Passos para a escolha do EPI

1. Falar com os especialistas: Os profissionais de segurança do trabalho e a CIPA são excelentes aliados na escolha do EPI adequado para atividade. Os profissionais de segurança detêm o conhecimento técnico sobre as normas de segurança e sobre várias outras estratégias de segurança, e a CIPA conhece como pouco os ambientes de trabalho porque normalmente possuem representantes de áreas diversas na empresa.

Se há na sua empresa algum desses especialistas é interessante falar com eles no momento de escolher os EPIs a serem utilizados.

2. Entender o ambiente de trabalho e a atividade do trabalhador: por exemplo uma luva que esquenta muito dificilmente será utilizada com sucesso numa região quente. Escolher uma luva confortável passa por conhecer o ambiente onde ela será utilizada. A organização precisa adequar as condições de trabalho para fazer com que cumprir o que é certo seja o mais fácil e agradável possível.

3. Entender os riscos da tarefa: É importante entender o nível do risco no qual o trabalhador está exposto. Em alguns casos você só conhecerá o nível do risco (se é grande, médio ou pequeno…) através de avaliações quantitativas.

Em caso de agentes agressivos que possuam limite de tolerância avaliação quantitativa é indispensável. Por isso antes de sugerir um EPI é preciso observar os documentos de segurança que a empresa possui (PGR, LTCAT), e os limites de tolerância da legislação brasileira.

4. Avalie se é possível trocar o EPI por uma medida de controle coletiva: as medidas de controle coletivo são mais eficientes, possuem uma duração superior, e o mais importante, não dependem da vontade do trabalhador para ser utilizadas!
Em alguns casos um simples revezamento na tarefa do trabalhador pode ser suficiente para diminuir a exposição dele ao risco, e assim diminuir também a possibilidade de um acidente, adoecimento, e assim, consigo eliminar o uso do EPI.

Por mais que a empresa invista em treinamentos, palestras e orientações em campo, a organização sempre dependerá dá vontade do trabalhador para a utilização do EPI.

Leitura sugerida: O trabalhador não quer utilizar o EPI, ele já foi orientado, o que fazer?

Quando não for possível trocar o uso do EPI por alguma medida de ordem coletiva ou administrativa, a organização deve trabalhar para que a utilização do EPI seja mais cômoda, e confortável possível.

5. Verificar se o epi é o adequado ao ambiente: Se for botina de segurança observar por exemplo, se o agente químico não a danificará. E se ela possui é compatível com o piso e a atividade. Se o agente químico a danificar e se ele provocar escorregões no tipo de piso é provável que não seja o EPI adequado para a atividade.

Se o EPI for montável acaba sendo importante também verificar se há peças de reposição para ele, afinal quando o epi é de um tipo mais caro, normalmente há o benefício de poder trocar as partes dele, assim consigo utilizá-lo por muito mais tempo.

6. Fornecer treinamento no formato apropriado: fornecer o EPI é apenas o primeiro passo! Garantir sua utilização em todo tempo em que o trabalhador estiver exposto ao risco é que o grande desafio.

Ministrar treinamento não é apenas ler slides e no final passar uma prova. Ministrar treinamentos é uma arte. É preciso que o conteúdo seja meticulosamente planejado, e não apenas na parte técnica, treinamento que só visa passar informação é quase inútil!

O treinamento precisa ser um espaço gostoso, de troca de ideias, de partilha e de assinatura de um compromisso, que compromisso seria esse? O compromisso de trabalhar de forma segura.

Há empresas que nem fazem prova ao final do treinamento. Isso porque a prova só garante que naquele momento, o trabalhador consegue se lembrar do conteúdo que foi ministrado. Mas isso não quer dizer que o trabalhador foi conscientizado da importância de cumprir o que foi passado em treinamento, e nem de que a duas semanas ele se lembrará do conteúdo!

Hoje em dia temos excelentes ferramentas para tornar o momento do treinamento uma experiência positiva. Podemos utilizar a andragogia, a heutagogia e várias outras ferramentas para tornar o treinamento mais dinâmico, mais vivo, e potencializar o resultado do treinamento.

7. Bônus à Falar com os trabalhadores: é importante que os trabalhadores sejam ouvidos a respeito do conforto do EPI, afinal, o primeiro passo para um EPI tem baixo percentual de utilização é justamente o trabalhador o julgar como desconfortável.

Se o trabalhador precisa comprar a ideia do EPI, porque ignorá-lo no momento da escolha do EPI?

Onde encontra equipamentos de proteção

Quando se fala de escolha do EPI vale a pena observar vários itens além do preço. Vale lembrar que um EPI mais caro pode significar economia para empresa. Isso porque pode aumentar o tempo entre uma troca e outra.

A correta utilização dos EPIs, ajuda a proteger o trabalhador, e é um dos elementos que ajudam a fortalecer a cultura de segurança da empresa. Portanto vale a pena gastar tempo e energia com isso.

No blog do Nestor W Neto você encontra muito conteúdo relacionado segurança de trabalho para munir você e sua empresa de proteção.